segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Idênticos

Não lembro de existir algum dia vontade de ter alguém que fosse exatamente igual a mim em tudo. Lembro é de querer outro irmão, um que me entendesse, que fosse diferente de mim. Diferente. Eu sempre preguei a diferença entre os irmãos. Sempre. Odiava quando pedia um sorvete e meu irmão também pedia. Odiava mais ainda quando pensava e ele, sem nem ouvir, falava meu pensamento. Com o tempo, percebi que eu e meu irmão, como eu sempre soube, somos iguais. Em tudo, desde os gostos até os desgostos. E percebi que a aparência que eu tanto prezava era um mero detalhe: o que há por dentro é tão parecido que chega a assustar, e me pego tendo pensamentos nostálgicos no meio da tarde ou de uma conversa com o pirralho. Que sorte a minha: ter alguém que te entende tão bem é dádiva para todos. Por isso é que sempre me lembro da frase que diz pra respeitar os irmãos, que são nossa única fonte com o passado, e quem sempre mesmo vai nos apoiar no futuro. Mesmo sem saber, eu sempre tive alguém exatamente igual à mim. E ele só é 4 anos mais novo.

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