segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Uma chance.

Um suspeito ao farol caminha, sob a lenta lembrança de que esquecera algo importante, significativo, poderoso. Caminha em direção ao nada, lembrando de esquecer tudo que passou, mas não se lembrando do que é; e a agonia de querer lembrar o que esqueceu, e esquecer disso depois o fez caminhar por horas, pensando no porquê da sua vida, o porque de sua existência. E ao achar as respostas estas se propagavam como a fumaça do cigarro que tragava. E assim fez durante toda a noite, com a maresia que invadia sua alma e tomava seus cabelos, o chamando para entregar-se ao mar, que de tudo tem um pouco, que tudo entende, que tudo viu. E a vontade de tocá-lo cresceu, e quando se deu por conta seus pés eram todos dele; e a nostalgia de estar com alguém que o entendia era tanta que aos olhos de quem via, ele já havia se entregado ao mar, sem ao menos se dar a chance de construir um futuro e entender um passado que ele mesmo criou, sem ao menos poder acordar pela última vez. Foi levado para nunca mais voltar.

Tão sombrio e complicado quanto nós.

1 comentários:

Marina disse...

oooooown *aperta*

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