Hoje eu me dei conta:vou perder uma grande família.Uma daquelas que você se sente bem, mesmo se ficar anos sem ver.Que você sabe que pode confiar e conversar sobre tudo, sem ter medo da reação deles, porque afinal, eles já te conhecem muito bem, assim como você os conhece.Que sabe que eles serão eternos, porque é assim que acontece com pessoas especiais em nossa vida.E que, por mais que a despedida seja doída, você sabe que eles serão pra sempre.
Esses de quem eu tô falando são aquelas pra toda vida, que sabem o que querem, mais também tem alguma dúvida.Que já estão "mordidos", como diria o Fábio, pelo bichinho do Teatro.E uma vez mordido, não tem escapatória.As pessoas que são tudo pra mim, apesar de nos vermos uma vez por semana.O lugar aonde eu me sinto a vontade, meu refúgio, minha válvula de escape, meu aconchego.Pessoas tão diferentes daquelas que eu vejo por aí, que cultivam sentimentos superficiais, sentimentos tão esquisitos, tão indignos de serem classificados sentimentos.Pessoas alheias as porralouquices deste mundo tão estranho, alheias a falta de cultura de uns, a falta de educação de outros, levados apenas pela paixão de atuar, de sentir o cheiro das cortinas, de sentir a satisfação de morrer para dar lugar ao seu personagem, de estar lá, naquele ambiente, que de tão mágico, parece não existir, parece ser apenas um sonho bom, do qual ninguém que participa dele quer acordar.Uma família que já teve 40, 30, 20, 15 e agora tem 10(mais ou menos).Uma família que nunca será esquecida; que foi um divisor de águas em minha vida, que me ensinou a valorizar as coisas simples, os momentos bons,a chuva que cai.Uma família da qual fugir nunca fez sentido.
"Fazer teatro é fácil.Basta morrer a cada espetáculo."-Fábio
Ribeiro.
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