Aos mestres, com carinho.

Sempre tive a certeza que deveria aprender mais, que a vida é um eterno aprendizado. E tenho plena consciência que o relacionamento entre pessoas que não conhecemos é difícil. Lembro claramente na segunda série que tive uma professora que mais parecia uma aluna: brincava, cantava, enchia a lousa de giz colorido. Até hoje me lembro dela como uma grande amiga, e sinto muita falta. Na sétima série tive experiências terríveis com um professor de geografia que simplesmente não conseguia fazer com que eu entendesse a matéria.
Sabe, penso que toda pessoa que passa em nossa vida não passa em vão. Ela deixa um pedaço dela com a gente e leva um pedaço nosso. Não tenho medo de generalizar quando falo que um professor é tão importante na vida de uma pessoa quanto os pais. E não pensem que condeno atitude de sentimento blasé que alguns deles constroem pelos alunos. Eu até entendo, pois alguns alunos não conseguem enxergar este emaranhado de coisas boas que os professores são capazes de transmitir, e o tratam simplesmente como um qualquer, alguém que é pago para passar um certo conteúdo na lousa e pedir três ou quatro questionamentos sobre um determinado assunto. Aí, estes professores, já cansados de tanto descaso com seu trabalho, simplesmente desistem. E eu entendo esta desistência, mas ela não pode existir. A esperança de construir um mundo melhor deve ser renovada a cada dia, por mais que o caminho esteja difícil, com pedras e curvas perigosas. É preciso provas de ética diárias dos professores e alunos. Quem está lá na frente falando aquele assunto muitas vezes chato com certeza sabe o que está falando, e merece no mínimo respeito. A minha esperança é que, um dia, não precise mais escrever um texto revoltado para esperar alguma reação de pessoas que não dão o merecido valor que deviam aos professores. Tudo que fui, sou e serei um dia, devo à eles. Aos mestres, com carinho.

*Postado para o Tudo de Blog, da Capricho.

"Mais respeito aos professores?"